close

Tripé da Sustentabilidade

Fica claro que nos dias atuais uma das maiores preocupações da humanidade é a de equacionar questões relacionadas a Sustentabilidade.

Tema relacionado a evolução do modo de vida do ser humano e o surgimento das civilizações agrícolas, esta questão toma a prioridade para a humanidade conseguir atravessar o século com qualidade de vida.

Torna-se importante, antes de discutirmos o tema, salientar o tripé “Meio Ambiente-Economia-Social” , a base da Sustentabilidade, como trataremos a seguir.

Podemos dizer que hoje o cenário voltado ao tema remete a um, certo tipo de modismo, algo “in”, que nos torna aptos a uma inter relação.

O fato do Desenvolvimento Sustentável ter sua definição clássica como:

“Desenvolvimento Sustentável é aquele que atende às necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades” origin ária da CMMAD , Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1987, nos faz pensar sobre o texto da Constituição Federal do Brasil de 1988.

Esta, traz o seguinte texto no caput do artigo 225 : “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”

Dessa forma, convém lembrar que não se trata de modismo ou algo não formalizado nas regras da sociedade brasileira. Pelo, contrário, o pilar do Meio Ambiente está explícito em nossa constituição.

Falamos também de Triple Bottom Line, ou seja, o que temos chamado de tripé da Sustentabilidade. Dentro dessa argumentação, com origem no livro de John Elkington, há 3Ps (profit, people e planet), que se traduzem nos Pilares Econômico, Social e Ambiental.

Se colocarmos as três vertentes da Sustentabilidade em análise, veremos que a área comum, a intersecção entre as três vertentes é onde pode se notar a interação dos pilares em direção ao Desenvolvimento Sustentável. A figura acima mostra exatamente a intersecção entre os pilares da Triple Bottom Line.

A Ecologia e a Economia sempre estiveram tomando grande espaço quando o assunto é o Meio ambiente e mesmo o crescimento econômico.

Duas palavras que tem o mesmo radical, origem no mesmo idioma, devem, antes de mais nada , serem comparadas numa análise que nos dá uma visão mais clara para partirmos para uma discussão mais profunda acerca dos temas que envolvem os pilares amiental e econômico.

Na figura abaixo, incluí uma tabela que procura sintetizar e simplicar estas palavras para termos uma melhor visão.

Economia e Ecologia – Palavras com origem no idioma Grego

Antes de começarmos a falar sobre o Pilar Econômico, há a necessidade de lembrarmos que esta ciência trata de equacionar recursos escassos para necessidades ilimitadas. Esta definição traz à tona o problema de gerir o quanto, quando e como produzir. Numa análise rasa, simplista, podemos admitir que o pecado original da economia é não considerar a produção de resíduo quando se produz e quando se consome. Daí, de uma forma simples também pode-se dizer que há um dos embriões da Sustentabilidade. Ou seja, a intersecção existente entre Economia com a Ecologia e Social (triple bottom line).

Uma abordagem mais objetiva da necessidade equacionar as questões concernentes ao Pilar Econômico está no fato de termos que obter no mundo uma renda distribuída de forma equitativa. Um dos instrumentos que oferece um referencial de distribuição de renda é o Coeficiente de Gini (quanto menor, melhor).

A obtenção de um Pilar Social da Sustentabilidade bem resolvido se refere muito à redução das desigualdades sociais no mundo. Podemos assumir que nesse contexto, ter uma população com acesso à saúde, educação e segurança faz parte do caminho a Sustentabilidade. Além, do aspecto equitativo, muito relacionado ao lado econômico, há o lado do respeito às particularidades culturais dos povos para que não exista o empobrecimento dos costumes que envolvem valores e crenças.

Atualmente, o lado mais latente do Pilar Social é aquele que diz respeito a responsabilidade Social Empresarial, a qual está cada vez mais monitorada por indicadores de diferentes vertentes como a BOVESPA com o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) e o Instituto Ethos. Porém, em termos de relatório, é inegável que uma mais abrangente no mundo, o GRI, Global Reporting Initiative se tornou o mais aplicado.

Em termos normativos, destaca-se a SA8000, emitida pela SAI (Social Accountability International) que trata das condições de trabalho, saúde e segurança, feita com muita base na Organização Mundial do Trabalho e na Declaração Universal dos Direitos Humanos, tendo também foco na criança e seus direitos.

Observa-se o movimento empresarial constante para uma Responsabilidade Social que vai de encontro a este pilar da sustentabilidade. Temos que enfatizar a OHSAS18001, SA8000 e ISO14001, instrumentos normativos que, sem dúvida, ao lado de relatórios como os apontados acima (GRI,ISE e Ethos) tem contribuído para a melhoria e monitoração deste tipo de responsabilidade empresarial.